13/04/2011

VINHOS - Quer saber mais sobre vinhos?

fermentado.
Depois de colhidas, as uvas passam em uma máquina, a desengaçadeira, que as separa de seus
engaços.
A seguir elas vão para a prensagem, onde será extraído
mosto. Ao suco extraído são acrescentadas leveduras que, durante o processo de fermentação, transformam o açúcar natural da uva em álcool, liberando gás carbônico.
Conforme o processo de fermentação, o vinho obtido poderá ser de vários tipos:
·
Tintos secos ou doces
·
Brancos secos ou doces
·
Rosados
·
Espumantes
·
Fortificados

Os tintos doces não são usuais e podem ser identificados pelo teor de açúcar determinado na degustação.
As uvas que produzem vinhos de qualidade são da espécie
Vitis vinífera. As mais famosas, entre centenas, são as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Syrah, Gamay, Tempranillo, Nebbiolo e Sangiovese e as brancas Chardonnay, Sauvignon Blanc, Semillon, Riesling, Gewurtztraminer e Malvasia. Não são saborosas para consumo como uvas de mesa.
Por outro lado, as saborosas uvas de mesa, da espécie
Vitis labrusca, não produzem vinhos de qualidade. As mais conhecidas são a Niágara e Isabella.

Vinho Tinto
Na produção do vinho tinto a fermentação do
mosto ocorre em contato com as cascas, que é de onde se extrai a cor e maior número de compostos orgânicos.
Vinhos tintos só podem ser feitos com uvas tintas.
Para se obter vinho tinto doce é necessário usar uvas com teor de açúcar mais elevado e interromper sua fermentação antes do término da transformação do açúcar em álcool.

Vinho Branco

No vinho branco a fermentação é feita com o
mosto puro, sem contato com as cascas.
Pode ser feito tanto de uvas brancas (blanc de blancs) como de uvas tintas (blanc de noirs).
Para se obter vinho branco doce é necessário usar uvas com teor de açúcar mais elevado e interromper sua fermentação antes do término da transformação do açúcar em álcool.

Vinho Rosado
O vinho rosado é feito a partir de uvas tintas.
As cascas ficam em contato com o
mosto por pouco tempo, até que se consiga a cor desejada.

Vinho Espumante
O vinho espumante nasce como vinho comum,
tranqüilo, ao qual é acrescentada uma mistura chamada liqueur de tirage formada de açúcar de cana e leveduras diluídas em vinho.
A adição desse componente é que vai produzir uma segunda fermentação no vinho base, que pode ocorrer dentro da garrafa (
método champenoise) ou dentro de cubas de aço inoxidável (método charmat). Esta segunda fermentação será a responsável pelo acréscimo do gás carbônico ao vinho, transformando-o em vinho espumante.
No processo de produção, a quantidade de açúcar usado no liqueur d’expedition. (mistura de vinho com açúcar, adicionada a cada garrafa) é que vai definir o tipo de espumante produzido:
· Brut naturel: até 3 g/lL
· Extra-brut: até 5 g/l
· Brut: até 15 g/l
· Extra-sec: de 12 a 20 g/l
· Sec: de 17 a 35 g/l
· Demi-sec: 25 a 50 g/l
· Doux: acima de 50 g/l

Método Champenoise
Pelo método champenoise, no momento em que o vinho é engarrafado, junta-se a ele o
liqueur de tirage, que irá produzir uma segunda fermentação dentro da garrafa. Como a garrafa está fechada, o gás carbônico resultante desta segunda fermentação ficará retido, diluído ao vinho.
O método champenoise é caro e demorado, pois a segunda fermentação cria dentro da garrafa um deposito que deve ser eliminado. É necessário fazer a "remuage", que consiste numa lenta decantação. A cada dia, durante várias semanas, o mestre de cave gira as garrafas cerca de um quarto de volta ao mesmo tempo em que as vai inclinando, até que fiquem de cabeça para baixo e com todo o sedimento depositado junto à tampa. Atualmente, várias vinícolas vêm substituindo o trabalho manual por máquinas chamadas de gyropalettes.
Desta forma o vinho fica límpido, sendo ainda necessário remover os sedimentos depositados no gargalo. Isto é feito por um processo chamado "dégorgement" que consiste no congelamento do depósito que, em seguida, é expulso pela pressão existente na garrafa no momento da retirada da tampa provisória. Antes de se colocar a rolha definitiva, a quantidade de vinho expulsa pelo "dégorgement" deve ser completada pela adição do
liqueur d'expedition.

Método Charmat
Pelo método Charmat o vinho é transferido para uma autoclave onde é adicionado o '
liqueur de tirage' que irá produzir a segunda fermentação sob temperatura mantida entre 10ºC e 14ºC.
O vinho é então submetido a processos de decantação e filtragem e é engarrafado sob pressão e baixa temperatura, juntamente com o '
liqueur de expedition'. Em seguida coloca-se a rolha característica e a grade de arame

Vinhos Forticados
Também chamados de generosos, recebem este nome por serem acrescidos de aguardente vínica, o que faz com que seu teor alcoólico aumente.
A adição de aguardente pode ser feita antes ou após a transformação de todo o açúcar em álcool. No primeiro caso a fermentação é interrompida, fazendo com que permaneça algum açúcar residual tendo-se então, o vinho fortificado doce. Se todo açúcar for transformado, tem-se um vinho fortificado seco

Garrafas
O tamanho padrão e mais comum é de 750ml, podendo ser de diversos formatos.
Podem-se comprar vinhos em garrafas de vários tamanhos, alguns deles com nomes característicos:
· 375 ml - meia garrafa
· 400 ml
· 500 ml
· Clavelin - 620 ml
· 750 ml - 1 garrafa
· Magnum -1.500 ml - 2 garrafas
· Jéroboam - 3.000 ml - 4 garrafas
· Réhoboam - 4.500 ml - 6 garrafas
· Mathusalem - 6.000 ml - 8 garrafas
· Salmanazar - 9.000 ml - 12 garrafas
· Baltazar - 12.000 ml - 16 garrafas
· Nabucodonosor - 15.000 ml - 20 garrafas

Escolhendo o vinho
É sempre bom ter em casa uma boa variedade de vinhos, pois desta forma pode-se estar preparado para todos os tipos de ocasiões. É importante ter em sua adega diversos tipos de vinhos: brancos e tintos; champagnes e outros espumantes; vinhos fortificados e vinhos doces.
É muito difícil recomendar a alguém quais vinhos deveria ter em sua adega, já que o gosto é muito pessoal. É importante diversificar e não temer ousar experimentar novos vinhos, pois se ficarmos presos somente aos famosos ou a determinados
varietais, com certeza estaremos perdendo a chance de conhecer ótimos vinhos.
Existem vinhos que melhoram muito com o tempo, outros que só têm a perder, o que torna falsa a afirmação de que todo vinho melhora com a idade. Atualmente a maioria dos vinhos é feita para ser bebida cada vez mais cedo; somente os grandes vinhos evoluem e melhoram substancialmente com o tempo. Deve-se relacionar a safra do vinho que se deseja comprar com sua provável
longevidade.
Há hora e lugar para cada vinho. Há ocasiões em que beber um vinho envelhecido ou encorpado seria um desperdício. Por outro lado, pode ser extremamente agradável tomar um grande vinho ainda jovem, mesmo que com potencial de envelhecimento. Nem sempre um ótimo vinho, já maduro, será o melhor para um determinado momento.

Escolhendo o Produtor
É muito importante saber ler um rótulo na hora de comprar um vinho. Ele é a principal fonte de informação de que dispomos para julgar se determinado vinho deve ou não ser comprado, principalmente se não conhecemos seu produtor. Veja figura 1.
Um rótulo bem cuidado - assim como toda a apresentação da garrafa - pode indicar se um vinho pode ser bom ou não. O produtor que não cuida bem de seu vinho, tampouco irá investir na apresentação do mesmo. É importante verificar se o nome do produtor está escrito no rótulo pois, normalmente, nenhum produtor colocaria seu nome em algo de qualidade duvidosa.
Deve-se também observar a cápsula para verificar se o vinho vazou. Bom indicador é o espaço entre o vinho e a rolha: se estiver além do normal, é sinal de vazamento. Caso constate alguma anormalidade, deixe a garrafa na prateleira.

Considerando o preço
Lembre-se que nem todo vinho caro é melhor que um mais barato, mas um vinho muito barato dificilmente será bom. Tenha sempre em vista a relação custo/benefício. Se um vinho for caro, precisa ser de boa qualidade.
Pode-se ter boas surpresas com vinhos de bom preço e boa qualidade, apresentando custo/benefício excelente.

Estocando
A conservação do vinho é fundamental para que não se tenha surpresas desagradáveis na hora de abrir uma garrafa.
A garrafa deve ser guardada na posição horizontal para manter sua rolha sempre em contato com o líquido. Desta forma evita-se que a rolha venha a ressecar, permitindo a entrada de ar, o que seria fatal para o vinho.
Devemos tentar colocar os vinhos em um ambiente onde a variação de temperatura seja a menor possível e as variações que ocorram não sejam bruscas. O ideal é um local onde a temperatura se mantenha constante, em torno de 15°C, com umidade aproximada de 75%, para que a rolha não resseque.
Deve-se evitar claridade, ruídos e aromas estranhos e fortes que possam contaminar os vinhos.
Não se deve guardar por muito tempo um vinho que não foi feito para ser longevo, pois não é verdade que todo vinho melhora com a idade. Um vinho branco leve deve ser consumido no mais breve espaço de tempo possível, um branco de maior estrutura envelhece bem, podendo alguns chegar a envelhecer cerca de 10 anos ou mais.
A maioria dos tintos deve ser consumida entre 2 e 6 anos. Alguns excepcionais podem ser guardados por mais de 20 anos.

Decantação
Se o vinho estiver turvo ou com depósitos no fundo, deve ser mantido imóvel por tempo suficiente para que toda a matéria em suspensão se deposite no fundo da garrafa.
Em seguida ele deve ser vertido para outro frasco, limpo e seco, contra a luz de uma vela, de forma que se possa ver quando o sedimento começa a chegar ao gargalo da garrafa; nesta hora deve-se parar de verter o vinho e deixar que o depósito fique na garrafa junto com o restante do líquido. Este resto de vinho deve ser abandonado.

Temperatura de Serviço
A temperatura é fator essencial para que um vinho seja degustado no melhor de suas características de aroma e sabor. Como regra geral os vinhos brancos são servidos frios e não gelados. Para os vinhos tintos a temperatura de serviço deve aumentar com o teor de tanino, lembrando que acima de 20ºC nenhum vinho conserva suas qualidades.
Temperaturas sugeridas para se acentuar aromas e sabores:
· Espumantes simples: 7 a 9°C
· Champagnes: 8 a 10°C
· Brancos
· Secos: 10 a 12°C
· Doces simples: 8 a 10°C
· Doces finos: 11 a 13°C (Sauternes, Alemanha, Tokaji)
· Rosados todos: 10 a 12°C
· Tintos leves e jovens: 10 a 12°C (Beaujolais, Bardolino)
· Jovens: 14 a 15°C
· Maduros: 16 a 17°C (Borgonha, Itália, Espanha)
· Levemente envelhecidos: 18 a 20°C (Bordeaux, Cabernets do Novo Mundo)
· Fortificados secos: 9 a 11°C (Jerez)
· Doces: 15 a 16°C (Madeira, Porto)
· Doces finos: 16 a 18°C (Vintage Port)

Longevidade
Não se pode dizer qual o prazo de validade de um vinho. Bons vinhos se muito bem guardados podem durar cerca de 50 a 70 anos ou mais. Outros podem não completar um ano.

Brancos
Em geral, os vinhos brancos têm uma vida menor que a dos tintos. Com raras exceções, um vinho branco deve ser bebido o mais jovem possível, quando se pode apreciar todo seu frescor que, com o tempo, irá perder.
Um vinho branco, com mais de 4 anos de idade, corre o risco de já estar ruim. As exceções ficam por conta de alguns brancos, como os da Bourgogne, que são fermentados em barris e têm uma estrutura que lhes permite envelhecer, podendo ultrapassar bem mais de 10 anos.

Tintos
A longevidade dos tintos varia bastante. Os beaujolais nouveau, e outros vinhos tipo '
primeur', são feitos para serem consumidos no máximo em seis meses.
A maioria dos tintos consegue durar tranqüilamente cerca de cinco anos, mas é sua estrutura que vai permitir que ele envelheça mais do que isso. Um vinho bem estruturado pode durar muitos anos.


Espumantes
Os espumantes devem ser tomados tão logo sejam lançados, pois seu envelhecimento ocorre na adega, depois de engarrafados. Em geral, eles devem ser consumidos o mais rapidamente possível. Com raras exceções, alguns champagnes
milesimados podem melhorar com o tempo.

Abrindo a garrafa
Ao perfurar a rolha, não atravessá-la toda para evitar que alguns pedaços caiam dentro do vinho.
Com um vinho de pouca idade, não se necessita de maiores cuidados.
Com um vinho mais antigo deve-se retirar toda a cápsula para que se possa avaliar o estado da rolha e evitar que se parta.
Quando o vinho já tiver cinco anos ou mais, deve-se evitar agitar a garrafa, pois ele tem a tendência de formar sedimentos com o passar do tempo. Se agitarmos a garrafa, esse sedimento acabará se misturando ao vinho, deixando-o turvo.
O vinho que apresentar depósito no fundo da garrafa deve ser
decantado.
Uma garrafa, depois de aberta, deve ser consumida rapidamente, de preferência no mesmo dia. O vinho, após entrar em contato com o oxigênio do ar, começa e se deteriorar. Existem alguns acessórios que permitem uma boa vedação da garrafa com a criação de vácuo, através da retirada do ar de seu interior, o que ajuda o vinho a se manter em bom estado. Mesmo por alguns dias depois de aberta a garrafa.

Servindo o vinho
O vinho deve ser servido em sua
temperatura correta. Deve-se encher a taça até cerca de 1/3 de seu volume. Desta forma pode-se, agitando-o, sentir todo seu aroma.
Use o copo adequado para cada tipo e vinho:
Taças para degustação podem ser:
. Espumantes
. Borgonha
. Bordeaux.